sábado, 16 de maio de 2009

Luto.

Hoje ocorreu um fato deprimente na quadra nove de Sobradinho, uma região administrativa de Brasília relativamente pequena onde moro. Um fato tão frio que podia ser expresso com apenas um ponto final.
Três homens baleados. Dois feridos. Um morto na frente de um bar qualquer. O motivo? Ninguém sabe ao certo; sabe como é né, as pessoas sempre aumentam um pouco a gravidade da coisa, além do fato de serem quase todos bêbados dizendo coisas do tipo “Se eu tivesse uma arma, matava a filha do cara só pra descontar”. Duas vezes deprimente.
A versão mais contada foi a de uma briga por causa de mulher, ou como disse uma testemunha, uma vagabunda. Trágico. Mais trágico ainda é saber que o homicida depois de atirar ainda atropelou a vítima.
Mais tarde, chega a mãe do homem estendido no chão coberto de sangue, clamando pela vida do seu filho inconsolavelmente.
Penso: o que faz uma pessoa matar outra? Inimagináveis fatores.
Por exemplo, estava lendo um texto de Lya Luft (A Crise que Estamos Esquecendo), hoje mesmo, onde ela retrata alguns aspectos responsáveis pela falta de respeito de alguns jovens e sobre a violência. Lya cita os maus exemplos políticos e a falta de imposição de valores e regras nas famílias como culpadas.
Mas ainda vou mais longe: a mídia tem grande poder de ser formadora de opiniões. Juntamente com os pais é preciso estabelecer uma relação com a boa educação, no plano moral, para que o jovem possa construir o seu "filtro de bem e mal". É preciso incentivar o repúdio em relação à situações como essas, pois é a normalidade e o conformismo que deixa a sociedade em estado estacionário em sua postura inerte. É preciso abrir os olhos para medidas um pouco mais eficazes e virtuosas.
Estou de luto não só pela vida deste homem, mas sim pelo futuro dessa humanidade.
PS1: O próximo post não vai ser sobre sociedade e afins. Prometo!

3 comentários:

  1. De longe o melhor post ever!!
    mas no começo pensei que era um conto,porque,se tratava da quadra nove,e não dezesseis,onde você de fato mora, até onde eu sei.
    Já tá na hora dos jovens que entenderam o texto e sabem do que você está falando fazerem uma revolução!
    hoje eu resolvi entrar nos blogs alheios antes do meu...fazia mais sentido.
    ainda bem que me deparei com esse texto,lindo e impecável.
    PARABÉNS.

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  2. Ai, morro de medo dessas quadras ímpares.
    E presenciar uma cena dessas é mesmo muito desagradável.

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  3. ainda bem que moro em uma par, kkkkkkkkk

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